sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dezembro, tão lindo, tão manso


E - de repente - senti. Estava tudo muito bonito. Esse mês de Dezembro tá tão lindo, tão manso. Tão novo. Tão eu novo.
Estava tudo muito bonito, e muitas vezes eu choro quando tudo está assim, bonito.


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Quem não queria saber...


"...A memória tem sempre essa tendência otimista de filtrar as lembranças más para deixar só o verde, o vivo. Antigamente, sempre era melhor, ainda que não fosse. Talvez porque já esteja, lá, tudo solucionado e a gente possa se ver, no tempo, como quem vê uma personagem num livro ou filme: aconteça o que acontecer, há um fim definido, predeterminado. Essa espécie de improvisação do agora, do que está sendo moldado, causa muito mais angústia. Não temos, como no samba, a menor idéia de como será o amanhã."

Caio Fernando Abreu

"O" casal.


Assim que vi você

logo vi que ia dar coisa

coisa feita pra durar,

batendo duro no peito

até eu acabar virando

alguma coisa

parecida com você

parecia ter saído

de alguma lembrança antiga

que eu nunca tinha vivido,

mas ia viver um dia

alguma coisa perdida

que eu nunca tinha tido

alguma voz amiga
esquecida no meu ouvido

agora não tem mais jeito,

carrego você no peito

poema na camiseta

com a tua assinatura

já nem sei se é você mesmo

ou se sou eu que virei alguma coisa tua

Alice Ruiz

Aprendiz de feiticeiro - Cássia Eller

"...Aprendi que tudo passa, tomando chá ou cachaça
Tomando champanhe ou não
Aprendi que a descrença, a desconfiança e a doença
São partes da maldição
Aprendi que a ignorância, a sordidez e a ganância
São lavas desse vulcão..."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Ela dorme segura, protegida no ombro dele que a protege, seguro. Mesmo dormindo, mesmo do lado de cá. E isso é para sempre, por mais que o tempo passe. (...) E isso ninguém roubará.


Caio F.

Já é - Diamba


O bem fazer já é: sua vontade

Agora deixe o mau sentimento distante

Desenlouqueça: a misteriosa vaidade

E queira ser uma unidade do bem ambulante

Saiba de amor falar

De qualquer forma de qualquer jeito

Pode ou não?

Qualquer sujeito qualquer

Entender antes de terminar

Saiba de amor falar

E o sentimento vence o preconceito

Vive ou não?

Qualquer sujeito qualquer

Ao se render antes do fim chegar

O bem fazer se fez: necessidade

Agora faça que te sigam os seus semelhantes

Enchendo as ruas e os corações das cidades

Do tudo bom que existia mas não se via antes

Diamba - Já é

O que eu não vou fazer no reveillon.


Eu tenho que viajar no final do ano pra um lugar imperdível porque é reveillon. Eu tenho que me virar pra encontrar meu namorado que mora a trocentos quilômetros de distância, enfrentar o caos dos aeroportos ou as estradas lotadas porque o mundo deve estar acabando e é a última coisa que posso fazer na vida. É reveillon. É reveillon e alguém decidiu que nos daria um único dia de feriado pra fazer o mundo inteiro querer viajar por causa de um mísero estúpido dia. Mas é reveillon. O ano vai mudar e você precisa celebrar o fato de que mais um ano ficou pra trás, mais um ano está chegando pela frente. E a única coisa que efetivamente muda na sua vida é o calendário da Caixa Econômica Federal que fica em cima da sua mesa no escritório. É deprimente ter que responder, pelo menos dez vezes por dia, a pergunta daqueles que passaram o ano todo juntando dinheiro pra viajar no final de semana do reveillon: o que é que você vai fazer no final do ano? Vou dormir, pagar minhas contas, juntar dinheiro pra consertar meu carro, trabalhar no dia 31 e no dia dois de janeiro. Pro inferno. Por que é que eu “tenho que” fazer algo imperdível no final do ano? Por que é que eu preciso viajar justamente em dois ou três dias, pagando as tarifas mais caras de vôos, pegando as estradas mais cheias, gastando com diárias inflacionadas? Alguém me explica esse fenômeno? Tenho outras datas pra viajar. Sou livre. Posso ir e vir doze meses por ano, me planejando com antecedência ou simplesmente resolvendo ir pra praia sexta-feira à tarde. Tenho amigos, tenho finais de semana, tenho férias e não entendo porque eu tenho que viajar no reveillon. Não tenho que nada. Mal tenho tempo de cuidar da minha vida no presente, quanto mais começar a pensar no reveillon ainda em julho (minhas amigas afoitas que me perdoem). Mudo de idéia desde a hora que acordo até a hora que vou dormir. Planejar final de ano com seis meses de antecedência, pra mim, é loucura. Mal planejo o final de semana seguinte. Não sei se vou estar viva até o final do ano, não sei se vou estar empregada, se vou estar sem dinheiro, se vou estar namorando. Não sei se vou. Me desculpem aqueles que acham que reveillon é a coisa mais importante do ano, mas pra mim o que importa é todo o resto. Os outros 364 dias entre um reveillon e outro. Não vou fazer nada extraordinário no final do ano porque, sinceramente, não acho que, em dois dias, dê pra fazer nada que preste de verdade. Você se desgasta horrores, pega estradas, rodoviárias, aeroportos lotados, e gasta mais tempo pra chegar no seu destino do que na festa de final de ano em si. Acho chique quem vai passar o reveillon em Fernando de Noronha e já fica pras férias de janeiro. Acho chique quem vai pra New York tomar champanhe na virada do ano na Times Square e depois passa umas semanas fazendo compras. Mas acho extremamente barango quem sai no dia 31, viaja dez horas pra casa do caralho, chega lá, passa a bendita virada e volta no dia seguinte (mais 14 horas de viagem porque a volta sempre engarrafa). Ah, gente, faz favor, né?! Isso é glamour?! Não tenho dinheiro pra ir pra Noronha, pra NY ou pra outro lugar que preste pra me divertir de verdade ao invés de me estressar. E me recuso a me estrangular nos dois dias que inventaram pra gente fazer alguma coisa que preste. Prefiro usar os outros dias do ano.

Brena Braz.

Brevis.

Essa multidão de esbaforidos pelos metrôs, ônibus, ruas, lojas, shoppings... à que se prestará? Mais uma vez, meus caros, às festas! Nossas confraternizações. De fato deve ser algo muito fraterno dar e receber presentes. Quem sabe... Porém, talvez o fim esteja mesmo no prazer das compras, nas comemorações e em mais um momento de esquecimento das mazelas do ano (ultra)passado. Mas quem seria o inconveniente que deitaria dúvidas nas supostas motivações de final de ano? Deixo isso para alguém mais corajoso ou "chato" do que eu. De minha parte, prefiro pensar no lado realmente importante dessa nossa transitoriedade. De nossa passagem pelo maior espetáculo do qual todos os canalhas, todos os honoráveis, todos os vilões e todos os heróis tiveram o fantástico privilégio de participar: a VIDA. Ainda há pouco me lembrava da esperança ardorosa, em menino, de ver algum dia a "passagem do ano". Queria tanto não dormir pra viver o momento exato em que um (ano) morria e o outro nascia. Confesso que me senti frustrado quando, finalmente, consegui manter-me acordado e vi apenas alguns adultos gritando. "Cadê?", perguntava pra mim mesmo. Tempos depois percebi que, talvez, essa era uma das grandes decepções que nós carregamos: é mentira, o ano nunca passa. Foi mais ou menos por esse tempo que pensei também em qual e como terá sido o momento exato em que, verdadeira e profundamente, tomamos consciência da nossa mortalidade. De que estamos morrendo agora. Hoje reflito no motivo pelo qual esse atino é prontamente apagado de nossas mentes.
Por que fugimos dessa verdade insofismável? Com certeza isso terá sido mais atordoante que minha descoberta de fim de ano. Muito mais marcante. No entanto, essas percepções todas me parecem insignificantes quando reflito no quanto custamos a chegar aqui. Decênios, milênios, ou lá o que for. Este momento, quer dizer, qualquer instante, deveria ser sagrado e cultuado todos os dias. Não direi "todo o tempo" para não corrermos o risco de sermos fundamentalistas de nós mesmos. Pense comigo: o que deveria realmente nos assombrar se não a nossa vez nesse imenso banquete? Talvez a morte, como um fato vindouro, transforme a vida em algo espantoso. Mas ela, nossa morte, sempre esteve aí. Bem antes de nós. Já nossas vidas...
Se eu não fosse "eu", o que, então, seria? Apenas "serei" por alguns breves momentos lançados nesse universo infinito: minha insignificante existência, minha consciência disso, minha inconsciência de tanto mais, minha aconsciência do que eu puder. E quantos anos eu poderei vir a ter? Cem? Pois isso é nada. Uma fagulha no gigantismo que é a insignificante história humana frente ao cosmos. Imagino a resposta de um senhor centenário, quanto a sua percepção da vida... "passa muito depressa: foi hoje de manhã, quando sugava as doces mamas, embalado pela cantiga de mamãe"... A grandiosidade, meus bebês (e somos todos nenéns), é a VIDA como fato! É ter acertado em cheio nessa loteria: fomos sorteados com o prêmio dos prêmios. E, ainda bem, não ganhamos sozinhos. Estamos todos nesse momento particular, participando da festa das dores, dos prazeres, dos temores, dos amores, das alegrias e das saudades. Das saudades deles, os que se foram mais cedo da nossa farra-existencial, que também estiveram aqui e que, de alguma forma, ainda estão. Pode duvidar. Mas creia... Creia!
Então, o que falar de todo esse, digamos, desespero? Pra mim, seria bom, em algum momento de toda essa tontice, percebermos que não é o ano quem passa. Somos nós. E, mais ainda, não é ele quem renasce, também somos nós. Talvez seja uma surpresa soberba descobrirmos que podemos nos embriagar ou delirar dessa obviedade que é percebermos o hedonismo da vida: corpo belo, mente sã e alma livre. Pagã! Estamos vivos, e isso é muito. Por ora é tudo. Mas, pra termos um denominador comum, sabe, o que eu queria dizer mesmo, enquanto ouço as cantatas de J.S. Bach (atemporais), era: FELIZ ANO NOVO!


Luiz Galdino de Santana.

Fim de quê?

Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho.

Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tomara que as coisas melhorem ainda mais por aqui.

Que eu aprenda a guardar segredos sem jurar por Deus. Que eu tenha menos vaidade e mais realidade. Que eu invente mentiras convincentes para deixar as verdades com ciúmes. Que eu perca o pavor de supermercado. Que eu não pense na morte antes de dormir. Que eu volte a rezar sem querer. Que eu possa nadar na neblina. Que eu não tenha receio de ser ridículo. Que eu faça amigos falando do tempo. Que eu pare de fumar. Que os ex-fumantes parem com os sermões. Que eu escreva nos livros o que os livros me escrevem. Que eu possa brincar mais sem contar as horas. Que eu use somente as palavras que tenham sentido.

Fabrício Carpinejar

"No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida."

Fabrício Carpinejar

Te quiero.


E então, ela, que jamais imaginou encontrar um amor de verdade, neste momento diz a ele o quanto estava cheia de um amor que antes nunca conhecera. Neste momento, ele aceita ela como ela é.
E diz o quanto a ama também, e em um mural de recados, escreve o seu amor. E desde então eles estão cheios de primeiros momentos. Ele, ama o que a vida pode lhe dar. E é receptível, e se encontra nos braços dela. Ela, oferece a ele tudo o que a vida lhe deu e lhe ensinou. E se encontra nos braços dele. Escrevem no mural como se escrevessem em seu coração. Talvez com a caneta nanquim que um dia ela lhe prometera: - Te quiero.

Raquel Dienstmann

A gente tem que estar inteiro pra deixar os pedaços por aí...

Pode ser que amanhã eu não me reconheça mais. Mais um ano está ficando pra trás. Então hoje, que eu ainda sei quem sou, preciso dizer pra mim mesmo: "Eu sou a pessoa que eu mais amo, tenho os sonhos mais incríveis que alguém já pôde sonhar, tenho os amigos que eu escolho... mas isso ainda não é tudo, quero mais". Quando eu acordar amanhã e ler estas pequenas linhas... tentarei olhar para a minha vida de frente e verificar de uma vez por todas se estou indo na direção certa. E se não estou, aceito os desafios dos próximos caminhos de cabeça erguida!

(Ivan Parente)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


"O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade."


Clarice Lispector

Hora do Embarque!


"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro e para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma...então a verdade, não lhe será negada."


Texto do livro Comer, Rezar e Amar - Elizabeth Gilbert

Abra espaço para o novo.

Acredito que o ser humano é capaz de amar várias vezes. Se não fosse assim quem perdeu uma grande paixão estaria condenado à solidão. Não acredito em um único amor para-todo-o-sempre-amém. Tem gente que coloca isso na cabeça e se apega, se humilha, se sujeita a qualquer coisa. Ao invés de trancar em você aquele seu velho amor falido, abra novos espaços e inaugure um novinho em folha.

Fernanda Gaona

Sou PhD em desilusão amorosa. Fui muito honesta nas relações, não sei jogar. Odeio quando o amor se transforma em violência, competição, morbidez.

Caio Fernando Abreu

Quanto à mim, tenho que lhes dizer que as estrelas são os olhos de Deus vigiando para que tudo corra bem.
Para sempre.
E, como se sabe,sempre NÃO ACABA NUNCA.

(Clarice Lispector)

Há de ser sagrado, há de ser.


Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai. Eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la e rir da cara dela.

Antônio Prata.
"Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!"


Chico Xavier

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Comer, rezar e amar.

O meu mundo é cor de rosa, mesmo.


Não é ingenuidade. Eu não sou boba demais, nem sonhadora demais como andam dizendo por ai. Eu simplesmente me recuso a acreditar em todas essas coisas frias e insensíveis que as pessoas teimam em dizer. Se no seu mundo príncipes, amores eternos e finais felizes não existem, que pena. Eu sinto uma grande pena do seu mundo vazio e triste. Porque eu não vejo nenhuma outra razão pra existir, senão amar. Amar uns aos outros de todas as formas possíveis. Eu vou conseguir, eu mereço isso. Nem que pra conseguir eu precise me casar com um dos meus autores favoritos.

O que você mentir eu acredito.

Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".

Gabriel García Márquez.

Nada se compara à você.


Claro que eu adoro minha casa, meu cachorro, meus amigos, meus livros, músicas. Tenho uma vida ótima. Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem chegando. Ou de quando o telefone tocava e eu sabia que era ele e o meu coração disparava tanto que eu tinha medo de morrer antes de falar "alô".


Tati Bernardi.

Eu simplesmente amo, acordo e vou dormir com ele nos meus pensamentos.


É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também.

Caio F., quem me ampara quando caio.


"Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias."

Caio Fernando Abreu.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Entre um jogo e outro.


Ter você nu na cama
que deleite.
E como a gente brinca
e rola e ri
para depois sentar
nos lençóis descompostos
o corpo ainda suado
e continuando sempre
o mesmo jogo
falar a sério
de literatura.
Te beijo no cangote
e quieta penso:
um outro amante assim
Senhor
que trabalho terias
pra me arrumar
se me tomasses este.




Marina Colassanti

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O coração é quem sabe.


Ela me mostrou que podemos encontrar o bom em qualquer um, se você der uma chance a ele. O benefício da dúvida. Às vezes as pessoas te desapontam, às vezes te surpreendem, mas você nunca conhece elas tão bem. Até ouvir seu coração.

From One Tree Hill.

O que eu desejo.


Desejo que haja cumplicidade.
Que o entendimento aconteça no olhar.
Que as palavras sejam estilingues e não pedras.
Desejo que haja paciência e muita tolerância.
Que os defeitos de um, não machuquem o outro.
Que as qualidades de um, não ofusquem o outro.
Desejo que o tempo seja generoso.
Que os dias passem em paz.
Que as noites sejam de festa.
Desejo que a rotina não seja cruel.
Que a paixão seja sempre descoberta.
Que o abraço seja sempre conforto.
Desejo que as vontades caminhem de mãos dadas.
Que as diferenças e distâncias sirvam só para aproximar.
E que a fé no amor, seja salvação para todos os dias.

Briza Mulatinho.

Desabafo.

Eu sei que é uma besteira. O problema é que as besteiras juntas, formam um aperreio desses bem grandes. Não, nem é aperreio. É mais uma chateação. Sim, porque quase não fico mais triste. Mas, tenho sentido muita raiva. Muita vontade de fazer você sentir o mesminho pra entender como é ruim. Aí, fico pensando no que poderia fazer e não encontro nada que te aflija. Parece que você é imune a essas pequenices, mas só parece. Ninguém é, na verdade. Ninguém. Bem sei. Mas, enquanto não descubro como, fico ali com a mão gelada e o coração apertado. Não tenho dúvidas sobre o porquê. Sei que você acha que não é nada demais e vai morrer achando que não é nada demais, mas puxa vida. É tão impossível assim se colocar no lugar do outro? Fazer um esforcinho? Porque eu faço um esforço medonho pra não me importar, mas até agora não tenho conseguido muito. Pelo contrário, fico achando que é muita falta de consideração e falta de consideração das pessoas que mais importam nesse mundo parece infinitamente mais grave. Eu não vou te falar essas coisas, porque não adianta te falar essas coisas. Você só se chateia, eu só me chateio e não muda nada. Mas, precisava desabafar. Embora, isso também não mude nada.

Briza Mulatinho.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Se existe alguém que pode falar o que vou falar para você, sou eu. Então, por favor, tenha a humildade de admitir que sei o que estou falando. Pois o que eu te direi é duro, mas poderá te fazer um bem enorme:

Chega. Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competitividade suburbana eu sou
a melhor, eu sou a mais alta, eu sou a mais gostosa do pedaço. Ninguém tá ligando a mínima se você corre 10 quilômetros ou se aplicou Botox nessa sua testa sem expressão. Ou se você é assim porque ainda não passa de uma menininha que quer ser mais perfeita do que a mãe, conquistar o amor do pai e ser a primeira da classe. Esse teu afã psicopata de vencer todas as paradas só te deixa ridícula. E me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha. Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural-cinco-tons. Lamento informar, querida, que ninguém sente inveja de você. Por isso, chega de dizer por aí que, para não atrair olho grande, é bom ficar de bico fechado sobre a tal possível promoção que você terá no trabalho. Relaxa, ninguém está a fim de ser você. Tente, portanto, ser você com mais leveza. E lembre-se: esse negócio de dizer que não se pode confiar em mulheres só comprova que você é uma pessoa maliciosa. Sendo que isso está longe de ser porque você é fêmea. Quando vejo você tagarelando sobre seus feitos sexuais, sinto-me num filme ruim sobre ginasianas americanas. Todas fanhas e excitadas. Chega, tá? De azucrinar os outros com essa sua boca-genital lambuzada de gloss, cuspindo baixos-clichês, simulando uma modernidade que você não tem. Nunca mais caia no ridículo de fazer "sexo casual" com nenhum tipo de homem, mais velho ou mais novo, casado ou solteiro, porque todo mundo já sabe que você finge tudo. Que goza, que não se sente fácil, que não liga quando os caras não telefonam no dia seguinte. Seja honesta uma vez na vida: confesse. Que você não é nada tão wild quanto se vende. Que não sabe falar tão bem inglês assim. Que fez escova progressiva. Que tem dermatite. E enfim você terá alguma paz, pois se reconhece humana, e não a barbie boba que você procura ser. Acredite: idiotice só te faz charmosa para os cafajestes. Se continuar assim, nunca vai aparecer aquele cara bacana que você gostaria que aparecesse; para lutar por você, até te conquistar, e destruir essa tua linda silhueta com uma gestação de 15 quilos.

Fernanda Young

Interessa?

Se você quiser saber (interessa?)
Por que é que eu gosto dele (interessa?)
É que ele é meu benzinho
E me trata com carinho
Faz vontade pra mamãe.

De manhã me dá um beijo
Quando sai pra trabalhar
Adivinha o meu desejo
Traz docinhos pro jantar.

Quem é que não desejava
Ter um maridinho assim?
A sorte não é pra todas
Talvez seja só pra mim.

(interessa?)

domingo, 28 de novembro de 2010

Eu acredito muito nisso.

Nasceste no lar que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.

Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes e amigos são as almas que atraístes, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sobre teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas, tudo aquilo que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos, atitudes são as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial.

Não reclames, nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograme tua meta,
Busque o bem e viverás melhor.

(Francisco Cândido Xavier)

Sempre acreditei, mesmo desacreditada.

Para vocês mulheres que desacreditaram dos homens, nem venham dizer que príncipes encantados não existem, pois eles existem, eles só não vem mais com uma roupa de galã branca em um cavalo branco, os príncipes encantados, são aqueles caras que dormem e acordam pensando em vocês, pensando em uma forma de fazer vocês felizes por mais uns dias, pensando em arrancar um simples sorriso, algumas infelizmente não tem o principe encantado porque ao invés de escolhê-lo, escolheram ao bobo da corte por ser mais bonitinho e engraçado.

Tati Bernardi.

Felicidade, sim.


Uma vez me disseram: não fale, não conte detalhes, não satisfaça a curiosidade alheia. A imaginação dos outros já é difamatória que chegue. E quer saber? Hoje eu não ligo para o que vão falar. Felicidade quando é demais transborda. Eu sinto a necessidade de dizer pra quem quiser ouvir, estampar na minha cara a alegria que eu sinto dentro de mim. As pessoas que perdem o seu precioso tempo comentando a minha vida e os meus relacionamentos não merecem de mim nenhuma ruga de preocupação.

VAI SE DEPILAR HOJE?

Não se pode ser bagaceiro sem antes ter intimidade. Não dá para sair falando como se estivesse no quarto; primeiro deve-se atravessar a sala, o corredor, a cozinha.

Safadeza é merecimento. Os atravessadores não merecem o céu da boca. Os apressados não terão a recompensa divina. Os ansiosos desperdiçarão sua chance de Éden. Sou favorável à lentidão, por isso nunca frequentei praia de nudismo. Tampouco sou adepto de swing ou de qualquer prática que banalize a sensualidade.

Vamos direto à ação não funciona comigo. Conversa que é a ação, desprezá-la indica apatia e conformismo.

Aparecer pelado de repente é broxante. Não queimo etapas: desvestir as palavras para depois se despir, encontrar o sim dentro do não, achar o amor definitivo dentro de um talvez.

Partilhar a memória só é possível para quem reparte a imaginação. Reprimido não é o que não confessa seu passado, é o que não consegue expor suas fantasias.

Entendo a decepção da esposa quando ela volta do banheiro e seu marido já a espera pronto na cama. Direto. Apartado de preliminar e provocações. É pior ainda quando ele nem está excitado.

Tão mais prazeroso quando um tira a roupa do outro e se roça e se enreda de sinais. Não dependemos de música-ambiente, desde que sejamos envolvidos pela respiração de nossa companhia. Respirar perto e acelerado prepara o gemido.

Gosto quando a mulher está sem calcinha, mas que não surja nua de assalto. Como materialização do túnel do tempo. Que seja um pouco difícil para me sentir importante. Quero deixá-la à vontade para criar vontade.

A sugestão feminina é uma dádiva. Aquela que diz de cara que está molhada e úmida veio de um filme pornô. Nem sequer leu o roteiro.

Assanhamento pressupõe a malícia de declarar a intenção não entregando o sentido de bandeja. Admiro as mulheres que insinuam, sempre criativas, não facilitando os lençóis. Testam a inteligência do seu parceiro.

Por exemplo, sei que minha namorada está a fim quando avisa, despretensiosamente (isso é importante!), que foi no salão. Quando indisposta, lamentará que não teve tempo.

“Eu vou me depilar hoje” é a senha. Desnecessário o convite literal. Cresço de alegria. A verdadeira terapeuta sexual é a depiladora, é a que resolve as brigas e as discussões. Eu amo todas as depiladoras do mundo pela alegria noturna que oferecem aos homens. São as madrinhas morais de nossa imoralidade.

Sexo pede respeito. Sem respeito, como iremos perdê-lo no decorrer do enlace?

FABRÍCIO CARPINEJAR

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É preciso ser forte.

O que revela a nossa força não é sermos imbatíveis, incansáveis, invulneráveis. É a coragem de avançar, ainda que com medo. É a vontade de viver, mesmo que já tenhamos morrido um pouco ou muito, aqui e ali, pelo caminho. É a intenção de não desistirmos de nós mesmos, por maior que às vezes seja a tentação. São os gestos de gentileza e ternura que somente os fortes conseguem ter.

Ana Jácomo.

Do meu grande amor por você.


Diante de tudo que nós temos passado nesse ano em que ficamos juntos eu queria que você entendesse que a culpa é toda sua. Não importa o que aconteça, ou o que você diga, ou o que você faça. Você sempre será o culpado e eu agradeço a Deus por isso. Não se sinta mal quando eu te acuso e aponto seus defeitos. Esse é o meu jeito de desabafar. Sinta-se satisfeito e feliz ao saber que é culpado por essa imensa felicidade que desperta em mim por ser sua namorada. O fato é que eu me apaixonei por completo e isso inclui até mesmo o seu ciúme doentio que me sufoca e ao mesmo tempo me faz sentir tão cuidada, protegida, como se isso fosse possível. E é por nós dois, pelo nosso amor, pelo nosso relacionamento, que eu tenho feito planos, que eu tenho tentado acertar sempre, mesmo errando às vezes e que eu tenho vivido todos esses dias. Durante pouquinho mais de um ano eu tenho me esforçado pra fazer de você o homem mais feliz do mundo e eu tenho encarado isso como uma missão, eu sei que Deus não me deu você por acaso.
Acordar ao seu lado, ter esse sorriso sempre no rosto, contar os dias para o próximo encontro, seu abraço quentinho, seu jeito de amar com carinho. Existe algo entre a gente que me faz acreditar que eu fui feita pra você. As vezes que nós pensamos em desistir e abrir mão de tudo, mas alguma coisa mais forte pedia pra não deixar. Tantas coisas que nós mudamos pelo outro, e tantas coisas que nós já superamos juntos. Se você sonha ou acorda, estou contigo.Coisas que me fazem ter certeza de que o nosso destino era ficar junto.
Eu queria encontrar uma frase com mais peso do que um “eu te amo”. Eu queria que existisse uma forma de dizer tudo o que eu sinto e o que você é pra mim com algumas palavras, mas por mais que eu tente, sempre fica faltando alguma coisa. E cada vez mais eu sinto uma necessidade grande de falar do amor, do carinho, da admiração, da vontade que eu tenho de você. Um amor que se renova, que ganha motivos todos os dias pra crescer e continuar existindo, cada vez mais forte.
E mesmo que nada possa ser eterno, mesmo que o "pra sempre" não exista, eu sei que vou seguir te amando, pelo menos, pelos próximos 99 invernos.”

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Então. Eu aprendi que na vida as datas servem só para presentes e comemorações. Porque no fundo as coisas nem sempre começam quando se responde 'sim' ou 'aceito'. O tempo do coração não se marca com páginas de calendário nenhum. Mas é sempre tão bom lembrar de onde a gente veio. Lembrar como tudo começou faz entender como o tempo faz as coisas se encaminharem perfeitamente, sem precisar forçar nada.

A inspiração fugiu de mim amor. Mas hoje é o nosso aniversário de um ano de namoro e eu não poderia deixar de registrar esse dia aqui, porque nesta mesma data do ano passado eu fui muito feliz com um pedido todo especial feito por você. Do jeitinho que eu queria.

Acabo de constatar que o tempo passa muito rápido (brincadeirinha. Já tinha notado isso antes) e que é muito bom ter alguém do nosso lado pra tornar as coisas mais gostosas, mais leves. Outro dia você estava enchendo o saco pra ficar comigo e eu nem queria, mas luli me convenceu de que você era bonitinho. E hoje nós estamos aqui apaixonados apesar dos meus fios brancos de preocupação e do seu olho roxo. Nós aprendemos muitas coisas um com o outro e se tem uma coisa certa é que um relacionamento se constrói no dia-a-dia, nas alegrias e principalmente nas dificuldades. Enfim, acho que eu estou filosofando demais e não é bem essa a minha intenção. Eu já escrevi pra você antes, já disse bastante coisa sobre o quanto eu amo você e faço questão de te lembrar todos os dias. Então me perdoe se eu for repetitiva, mas é que em datas como essas nós nos prendemos tanto as lembranças e aos sentimentos que fica difícil evitar.

O que eu quero que você saiba é que eu te amo de verdade e que esse amor cresce em mim e faz eu agüentar tudo pra ficar do seu lado. Que eu me estresso com o seu jeito de querer mostrar que pode mais, mas que eu só preciso de um gesto de carinho seu pra apagar tudo e ver o mundo cor-de-rosa. Eu estou aqui pra sempre amor, pra ser bem mais que uma namorada. Eu estou aqui pra tomar um vinho e assistir uns filmes, pra ficar horas sentada no carro conversando sobre o nosso passado, pra amar, pra fazer guerra de língua que nem dois abestalhados. São tantas lembranças boas que eu tenho com você. É a melhor sensação do mundo acordar e lembrar que eu tenho você pra viver comigo e pra cuidar de mim. MEU TUDO Se lembra que uma vez você disse pra mim que só criava tantos problemas porque me amava muito? Pois é. Eu choro, eu brigo, eu reclamo, mas no fim eu não quero nada além de você aqui comigo. Nossos dias são bons, mas eu ainda acredito no futuro que nos espera e na vida linda que nós teremos juntos, com todos os planos realizados.

Como é bom sonhar, como é bom seus sonhos realizar. Mas melhor ainda é viver um sonho. Viver ao seu lado é um sonho, sentir você, teu amor, teu carinho. Viver ao seu lado é um sonho. Ter você ao meu lado bem juntinho, sentir o teu carinho e ter os seus olhos nos meus, ver em meu coração o seu, ver nossos sonhos se fundirem. Ver em mim tiques seus, os seus problemas também meus. Que sonho.”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quer casar comigo?


Você nunca pediu ninguém em casamento? Não sabe o que está perdendo... Pedir alguém em casamento é levantar a plaquinha “e nós fomos felizes para sempre” enquanto o coração acelera. É jurar que este momento vivido agora merece (e vai) durar pra sempre. É baixar a cabeça humilde ao mesmo tempo em que diz “você me merece”. Gente, tem coisa melhor do que dizer “você me merece” sem ser pedante?
E não estou pregando o machismo. Ninguém aqui falou que é o homem que pede a mulher em casamento. Tá achando antiquado? Ninguém falou que só namorados, namoradas e afins podem ser o alvo da pergunta amada. Pedir alguém em casamento é muito maior do que pedir fidelidade, programar as Havaianas customizadas com a cara do casal ou discutir o nome dos filhos. Não sei quem inventou esse negócio de que é preciso separar de um para casar com outro. E por que não casar em grupo para eternizar aquela cantoria conjunta à beira-mar? E quem falou que depois de pedir alguém em casamento vem todo aquele script: morar junto, ir ao cinema aos sábados e brigar no domingo durante a pizza? Esse roteiro já está muito batido! Vamos inovar, pessoal!
Vai lá, compra um anel de plástico, um sonho de valsa ou kitkat e pede suas melhor amiga em casamento. Vale chorar, ajoelhar, abrir um proseco e fazer festa de despedida de solteira! Quem tiver sorte pode pedir o chefe ou, por que não, a equipe inteira em casamento? Peça seu irmão, a sogra, sua blogueira preferida, um amigo novo por quem está apaixonado... Bora casar de corpo e alma com quem a gente merece. Bora jurar amor eterno e colocar foto com ímã de coração na geladeira. Não se acanhe! O primeiro pedido de casamento a gente nunca esquece. E quando chegar o seu dia (oxalá seja logo!) você vai tremer, vai derreter e entender o poder da pequena (quase brega) frase: quer casar comigo?

Lia Bock.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

mais do que qualquer um em minha vida.


Esse pode não ser o momento certo. Você pode não ser a pessoa certa. Mas há alguma coisa sobre nós que eu quero dizer. Porque há algo entre nós de qualquer maneira. Eu posso não ser a pessoa certa. Esse pode não ser o momento certo. Mas há algo sobre nós que eu tenho que fazer. Algum tipo de segredo que eu compartilharei com você. Eu falo com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu divido coisas com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu rio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu saio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu preciso de você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu quero você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu sentiria sua falta mais do que de qualquer um em minha vida. Eu amo você mais do que qualquer um em minha vida.

(Tradução de Something about us, de Daft Punk, adaptada)

Eu, modo de usar:

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos, e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar para a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto. Olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos... Me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar... experimente me amar!

Martha Medeiros.

tudo que se pode querer.


O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação. Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina. Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo.

Cristiana Guerra.

O tamanho das pessoas.


Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena, quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e, até mesmo, o amor. É gigante, quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto. É grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. É pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas. Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: As pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho.

Shakespeare

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fica a dica

"Pessoas sábias falam sobre idéias, pessoas comuns falam sobre coisas, pessoas medíocres falam sobre pessoas".

E isso é só uma dica que eu lhe dou. Não pega bem você ai sentado discutindo as minhas decisões a respeito da minha vida. Você não me conhece, não sabe quem eu sou e não sabe o que eu vivi.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A FAVOR DE GENTE NÃO TRANSPARENTE


(ou melhor dizendo: que tal reaprendermos a arte de calar?)

Uma coisa que me incomoda hoje em dia é o excesso de sinceridade das pessoas. É um tal de jogar verdades na cara, de falar o que se pensa sem ser questionado... Deus me livre! E o mais agravante: as palavras são ditas sem que ninguém se dê ao trabalho de se colocar no lugar do outro. (Ei, eu precisava ouvir isso agora?). Não importa. A necessidade de DIZER calou o bom senso.

Penso sobre isso e me pergunto: onde está a gentileza e a boa educação? Para quê tanta falta de noção (consigo mesmo e com os outros)? Será que a tecnologia, com seus blogs, twitters e tudo mais, nos deixaram livres demais e esquecemos nossos filtros internos na vida real? Será que nos tornamos tão individualistas que perdemos o fio da meada? Isso me deixa confusa, confesso. Nossas pequenas necessidades não deveriam ser mais importantes que o outro. Morro de medo de me perder nisso e me questiono diariamente: será que estou me tornando uma pessoa para a qual eu escreveria esse texto?

É, turma. Ser gentil nos dias de hoje se tornou um exercício. Saber a hora certa de falar (ou de calar) também. Está a fim de dizer abobrinhas? Vai pra terapia, tem gente (boa) especializada nisso. Está a fim de descarregar suas frustrações? Vai pra uma aula de boxe, dá uma corrida, abraça uma árvore... Mas, por favor, não diga em nome da pobre-coitada da sinceridade, verdades que só irão piorar o seu dia (ou o do outro).

Será que antigamente era assim? Nossas avós e bisavós diziam tudo o que pensavam e ainda se orgulhavam disso? Pelo que eu me lembre, não. Mas posso estar enganada. As mulheres da minha família têm muito jogo de cintura e sempre souberam a hora certa de NÃO dizer. Porque – vamos combinar! - o que não dizemos, às vezes, é muito mais importante do que aquilo que foi dito. Será que ninguém se lembra daquelas conversas que, quando crianças, tínhamos com os adultos e eles nos ensinavam que, se não temos nada de bom a acrescentar, deveríamos ficar quietas? Escrevo isso e me lembro daquela famosa frase que sempre surge nos horóscopos e conselhos dos mais sábios: “a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro”.

Então tá. Se fosse fácil, não estaríamos vivendo essa crise de sinceridade mundial. Existe uma linha tênue aí. Nós adoramos falar e mostrar nossas opiniões. Expressar-se é uma das melhores coisas do mundo (e estou aqui – escrevendo - para provar). Mas quando isso prejudica (ou magoa) o outro, então é melhor pensar duas vezes, concordam? “A verdade salva!”, alguém, gritou! Sim, em alguns casos, salva. Mas, em outros, pode dar uma confusão danada. Ou gerar sentimentos que poderiam ficar fora do roteiro.

Quer exemplos simples pra ilustrar? Uma amiga está fazendo dieta a duras penas e ouviu, da professora de inglês, que parece estar mais gorda do que há um mês atrás. PRECISAVA? Mais: um rapaz saiu, após seu divórcio, com minha vizinha, e falou durante todo o primeiro encontro sobre como a ex-esposa era maluca e como atiravam objetos um no outro. SENSATO? Uma outra conhecida (que também acha que as pessoas cometem sincericídio nos primeiros encontros) saiu com um paquera incrível e disse, antes do garçom chegar, que faltou à depilação só pra não correr o risco de ceder aos encantos do moço e deixar que ele a levasse pra cama (coisa que nunca aconteceu). E a lista não para nunca: o namorado de uma prima contou que já teve um affair (antes do casal se conhecer) com uma amiga do trabalho. NECESSÁRIO? Não. Ainda mais que a mulher é o uó do penacho preto, ainda trabalha no local e minha prima agora fica se questionando sobre o mau-gosto do rapaz. (Além de fantasiar que a ex vai chegar de cinta-liga tamanho extra-extra-extra-large para trabalhar).

Pergunto a vocês: nesses casos, o que salva? A verdade ou o silêncio?

Aí vem algum boçal e me diz: a verdade dói, meu bem. Eu concordo. A verdade dói SIM e, por isso mesmo, deve ser dita com muito jeito. Entende? Eu não compreendo que moda é essa de dizer tudo o que se passa pela cabeça. Cadê o filtro, gente? Pra que tanta verdade? Ou melhor: por que essa necessidade de ser tão transparente? É alguma culpa católica? As pessoas, em nome da verdade, vão ser absolvidas por serem más ou egoístas? Por magoarem o outro? Eu vou falar uma coisa que eu guardo a sete-chaves: eu sempre desconfio de gente que se diz transparente. Dá pra confiar em alguém assim? Pra começar, quem se diz transparente, mente. Todo mundo tem seus sagrados. Seus segredos. Seus mistérios. E é bom que eles sejam preservados. Por isso, preserve-se. Preserve-os. E saiba a hora certa de se calar porque – convenhamos –a gente tem dois ouvidos e uma só boca não é à toa.

Fernanda Mello