sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dezembro, tão lindo, tão manso


E - de repente - senti. Estava tudo muito bonito. Esse mês de Dezembro tá tão lindo, tão manso. Tão novo. Tão eu novo.
Estava tudo muito bonito, e muitas vezes eu choro quando tudo está assim, bonito.


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Quem não queria saber...


"...A memória tem sempre essa tendência otimista de filtrar as lembranças más para deixar só o verde, o vivo. Antigamente, sempre era melhor, ainda que não fosse. Talvez porque já esteja, lá, tudo solucionado e a gente possa se ver, no tempo, como quem vê uma personagem num livro ou filme: aconteça o que acontecer, há um fim definido, predeterminado. Essa espécie de improvisação do agora, do que está sendo moldado, causa muito mais angústia. Não temos, como no samba, a menor idéia de como será o amanhã."

Caio Fernando Abreu

"O" casal.


Assim que vi você

logo vi que ia dar coisa

coisa feita pra durar,

batendo duro no peito

até eu acabar virando

alguma coisa

parecida com você

parecia ter saído

de alguma lembrança antiga

que eu nunca tinha vivido,

mas ia viver um dia

alguma coisa perdida

que eu nunca tinha tido

alguma voz amiga
esquecida no meu ouvido

agora não tem mais jeito,

carrego você no peito

poema na camiseta

com a tua assinatura

já nem sei se é você mesmo

ou se sou eu que virei alguma coisa tua

Alice Ruiz

Aprendiz de feiticeiro - Cássia Eller

"...Aprendi que tudo passa, tomando chá ou cachaça
Tomando champanhe ou não
Aprendi que a descrença, a desconfiança e a doença
São partes da maldição
Aprendi que a ignorância, a sordidez e a ganância
São lavas desse vulcão..."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Ela dorme segura, protegida no ombro dele que a protege, seguro. Mesmo dormindo, mesmo do lado de cá. E isso é para sempre, por mais que o tempo passe. (...) E isso ninguém roubará.


Caio F.

Já é - Diamba


O bem fazer já é: sua vontade

Agora deixe o mau sentimento distante

Desenlouqueça: a misteriosa vaidade

E queira ser uma unidade do bem ambulante

Saiba de amor falar

De qualquer forma de qualquer jeito

Pode ou não?

Qualquer sujeito qualquer

Entender antes de terminar

Saiba de amor falar

E o sentimento vence o preconceito

Vive ou não?

Qualquer sujeito qualquer

Ao se render antes do fim chegar

O bem fazer se fez: necessidade

Agora faça que te sigam os seus semelhantes

Enchendo as ruas e os corações das cidades

Do tudo bom que existia mas não se via antes

Diamba - Já é

O que eu não vou fazer no reveillon.


Eu tenho que viajar no final do ano pra um lugar imperdível porque é reveillon. Eu tenho que me virar pra encontrar meu namorado que mora a trocentos quilômetros de distância, enfrentar o caos dos aeroportos ou as estradas lotadas porque o mundo deve estar acabando e é a última coisa que posso fazer na vida. É reveillon. É reveillon e alguém decidiu que nos daria um único dia de feriado pra fazer o mundo inteiro querer viajar por causa de um mísero estúpido dia. Mas é reveillon. O ano vai mudar e você precisa celebrar o fato de que mais um ano ficou pra trás, mais um ano está chegando pela frente. E a única coisa que efetivamente muda na sua vida é o calendário da Caixa Econômica Federal que fica em cima da sua mesa no escritório. É deprimente ter que responder, pelo menos dez vezes por dia, a pergunta daqueles que passaram o ano todo juntando dinheiro pra viajar no final de semana do reveillon: o que é que você vai fazer no final do ano? Vou dormir, pagar minhas contas, juntar dinheiro pra consertar meu carro, trabalhar no dia 31 e no dia dois de janeiro. Pro inferno. Por que é que eu “tenho que” fazer algo imperdível no final do ano? Por que é que eu preciso viajar justamente em dois ou três dias, pagando as tarifas mais caras de vôos, pegando as estradas mais cheias, gastando com diárias inflacionadas? Alguém me explica esse fenômeno? Tenho outras datas pra viajar. Sou livre. Posso ir e vir doze meses por ano, me planejando com antecedência ou simplesmente resolvendo ir pra praia sexta-feira à tarde. Tenho amigos, tenho finais de semana, tenho férias e não entendo porque eu tenho que viajar no reveillon. Não tenho que nada. Mal tenho tempo de cuidar da minha vida no presente, quanto mais começar a pensar no reveillon ainda em julho (minhas amigas afoitas que me perdoem). Mudo de idéia desde a hora que acordo até a hora que vou dormir. Planejar final de ano com seis meses de antecedência, pra mim, é loucura. Mal planejo o final de semana seguinte. Não sei se vou estar viva até o final do ano, não sei se vou estar empregada, se vou estar sem dinheiro, se vou estar namorando. Não sei se vou. Me desculpem aqueles que acham que reveillon é a coisa mais importante do ano, mas pra mim o que importa é todo o resto. Os outros 364 dias entre um reveillon e outro. Não vou fazer nada extraordinário no final do ano porque, sinceramente, não acho que, em dois dias, dê pra fazer nada que preste de verdade. Você se desgasta horrores, pega estradas, rodoviárias, aeroportos lotados, e gasta mais tempo pra chegar no seu destino do que na festa de final de ano em si. Acho chique quem vai passar o reveillon em Fernando de Noronha e já fica pras férias de janeiro. Acho chique quem vai pra New York tomar champanhe na virada do ano na Times Square e depois passa umas semanas fazendo compras. Mas acho extremamente barango quem sai no dia 31, viaja dez horas pra casa do caralho, chega lá, passa a bendita virada e volta no dia seguinte (mais 14 horas de viagem porque a volta sempre engarrafa). Ah, gente, faz favor, né?! Isso é glamour?! Não tenho dinheiro pra ir pra Noronha, pra NY ou pra outro lugar que preste pra me divertir de verdade ao invés de me estressar. E me recuso a me estrangular nos dois dias que inventaram pra gente fazer alguma coisa que preste. Prefiro usar os outros dias do ano.

Brena Braz.

Brevis.

Essa multidão de esbaforidos pelos metrôs, ônibus, ruas, lojas, shoppings... à que se prestará? Mais uma vez, meus caros, às festas! Nossas confraternizações. De fato deve ser algo muito fraterno dar e receber presentes. Quem sabe... Porém, talvez o fim esteja mesmo no prazer das compras, nas comemorações e em mais um momento de esquecimento das mazelas do ano (ultra)passado. Mas quem seria o inconveniente que deitaria dúvidas nas supostas motivações de final de ano? Deixo isso para alguém mais corajoso ou "chato" do que eu. De minha parte, prefiro pensar no lado realmente importante dessa nossa transitoriedade. De nossa passagem pelo maior espetáculo do qual todos os canalhas, todos os honoráveis, todos os vilões e todos os heróis tiveram o fantástico privilégio de participar: a VIDA. Ainda há pouco me lembrava da esperança ardorosa, em menino, de ver algum dia a "passagem do ano". Queria tanto não dormir pra viver o momento exato em que um (ano) morria e o outro nascia. Confesso que me senti frustrado quando, finalmente, consegui manter-me acordado e vi apenas alguns adultos gritando. "Cadê?", perguntava pra mim mesmo. Tempos depois percebi que, talvez, essa era uma das grandes decepções que nós carregamos: é mentira, o ano nunca passa. Foi mais ou menos por esse tempo que pensei também em qual e como terá sido o momento exato em que, verdadeira e profundamente, tomamos consciência da nossa mortalidade. De que estamos morrendo agora. Hoje reflito no motivo pelo qual esse atino é prontamente apagado de nossas mentes.
Por que fugimos dessa verdade insofismável? Com certeza isso terá sido mais atordoante que minha descoberta de fim de ano. Muito mais marcante. No entanto, essas percepções todas me parecem insignificantes quando reflito no quanto custamos a chegar aqui. Decênios, milênios, ou lá o que for. Este momento, quer dizer, qualquer instante, deveria ser sagrado e cultuado todos os dias. Não direi "todo o tempo" para não corrermos o risco de sermos fundamentalistas de nós mesmos. Pense comigo: o que deveria realmente nos assombrar se não a nossa vez nesse imenso banquete? Talvez a morte, como um fato vindouro, transforme a vida em algo espantoso. Mas ela, nossa morte, sempre esteve aí. Bem antes de nós. Já nossas vidas...
Se eu não fosse "eu", o que, então, seria? Apenas "serei" por alguns breves momentos lançados nesse universo infinito: minha insignificante existência, minha consciência disso, minha inconsciência de tanto mais, minha aconsciência do que eu puder. E quantos anos eu poderei vir a ter? Cem? Pois isso é nada. Uma fagulha no gigantismo que é a insignificante história humana frente ao cosmos. Imagino a resposta de um senhor centenário, quanto a sua percepção da vida... "passa muito depressa: foi hoje de manhã, quando sugava as doces mamas, embalado pela cantiga de mamãe"... A grandiosidade, meus bebês (e somos todos nenéns), é a VIDA como fato! É ter acertado em cheio nessa loteria: fomos sorteados com o prêmio dos prêmios. E, ainda bem, não ganhamos sozinhos. Estamos todos nesse momento particular, participando da festa das dores, dos prazeres, dos temores, dos amores, das alegrias e das saudades. Das saudades deles, os que se foram mais cedo da nossa farra-existencial, que também estiveram aqui e que, de alguma forma, ainda estão. Pode duvidar. Mas creia... Creia!
Então, o que falar de todo esse, digamos, desespero? Pra mim, seria bom, em algum momento de toda essa tontice, percebermos que não é o ano quem passa. Somos nós. E, mais ainda, não é ele quem renasce, também somos nós. Talvez seja uma surpresa soberba descobrirmos que podemos nos embriagar ou delirar dessa obviedade que é percebermos o hedonismo da vida: corpo belo, mente sã e alma livre. Pagã! Estamos vivos, e isso é muito. Por ora é tudo. Mas, pra termos um denominador comum, sabe, o que eu queria dizer mesmo, enquanto ouço as cantatas de J.S. Bach (atemporais), era: FELIZ ANO NOVO!


Luiz Galdino de Santana.

Fim de quê?

Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho.

Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tomara que as coisas melhorem ainda mais por aqui.

Que eu aprenda a guardar segredos sem jurar por Deus. Que eu tenha menos vaidade e mais realidade. Que eu invente mentiras convincentes para deixar as verdades com ciúmes. Que eu perca o pavor de supermercado. Que eu não pense na morte antes de dormir. Que eu volte a rezar sem querer. Que eu possa nadar na neblina. Que eu não tenha receio de ser ridículo. Que eu faça amigos falando do tempo. Que eu pare de fumar. Que os ex-fumantes parem com os sermões. Que eu escreva nos livros o que os livros me escrevem. Que eu possa brincar mais sem contar as horas. Que eu use somente as palavras que tenham sentido.

Fabrício Carpinejar

"No amor, em algum momento, você terá que ser ingênuo e acreditar. Terá que largar uma vida, refazer sua vida."

Fabrício Carpinejar

Te quiero.


E então, ela, que jamais imaginou encontrar um amor de verdade, neste momento diz a ele o quanto estava cheia de um amor que antes nunca conhecera. Neste momento, ele aceita ela como ela é.
E diz o quanto a ama também, e em um mural de recados, escreve o seu amor. E desde então eles estão cheios de primeiros momentos. Ele, ama o que a vida pode lhe dar. E é receptível, e se encontra nos braços dela. Ela, oferece a ele tudo o que a vida lhe deu e lhe ensinou. E se encontra nos braços dele. Escrevem no mural como se escrevessem em seu coração. Talvez com a caneta nanquim que um dia ela lhe prometera: - Te quiero.

Raquel Dienstmann

A gente tem que estar inteiro pra deixar os pedaços por aí...

Pode ser que amanhã eu não me reconheça mais. Mais um ano está ficando pra trás. Então hoje, que eu ainda sei quem sou, preciso dizer pra mim mesmo: "Eu sou a pessoa que eu mais amo, tenho os sonhos mais incríveis que alguém já pôde sonhar, tenho os amigos que eu escolho... mas isso ainda não é tudo, quero mais". Quando eu acordar amanhã e ler estas pequenas linhas... tentarei olhar para a minha vida de frente e verificar de uma vez por todas se estou indo na direção certa. E se não estou, aceito os desafios dos próximos caminhos de cabeça erguida!

(Ivan Parente)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


"O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade."


Clarice Lispector

Hora do Embarque!


"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro e para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma...então a verdade, não lhe será negada."


Texto do livro Comer, Rezar e Amar - Elizabeth Gilbert

Abra espaço para o novo.

Acredito que o ser humano é capaz de amar várias vezes. Se não fosse assim quem perdeu uma grande paixão estaria condenado à solidão. Não acredito em um único amor para-todo-o-sempre-amém. Tem gente que coloca isso na cabeça e se apega, se humilha, se sujeita a qualquer coisa. Ao invés de trancar em você aquele seu velho amor falido, abra novos espaços e inaugure um novinho em folha.

Fernanda Gaona

Sou PhD em desilusão amorosa. Fui muito honesta nas relações, não sei jogar. Odeio quando o amor se transforma em violência, competição, morbidez.

Caio Fernando Abreu

Quanto à mim, tenho que lhes dizer que as estrelas são os olhos de Deus vigiando para que tudo corra bem.
Para sempre.
E, como se sabe,sempre NÃO ACABA NUNCA.

(Clarice Lispector)

Há de ser sagrado, há de ser.


Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai. Eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la e rir da cara dela.

Antônio Prata.
"Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!"


Chico Xavier

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Comer, rezar e amar.

O meu mundo é cor de rosa, mesmo.


Não é ingenuidade. Eu não sou boba demais, nem sonhadora demais como andam dizendo por ai. Eu simplesmente me recuso a acreditar em todas essas coisas frias e insensíveis que as pessoas teimam em dizer. Se no seu mundo príncipes, amores eternos e finais felizes não existem, que pena. Eu sinto uma grande pena do seu mundo vazio e triste. Porque eu não vejo nenhuma outra razão pra existir, senão amar. Amar uns aos outros de todas as formas possíveis. Eu vou conseguir, eu mereço isso. Nem que pra conseguir eu precise me casar com um dos meus autores favoritos.

O que você mentir eu acredito.

Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".

Gabriel García Márquez.

Nada se compara à você.


Claro que eu adoro minha casa, meu cachorro, meus amigos, meus livros, músicas. Tenho uma vida ótima. Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem chegando. Ou de quando o telefone tocava e eu sabia que era ele e o meu coração disparava tanto que eu tinha medo de morrer antes de falar "alô".


Tati Bernardi.

Eu simplesmente amo, acordo e vou dormir com ele nos meus pensamentos.


É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também.

Caio F., quem me ampara quando caio.


"Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias."

Caio Fernando Abreu.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Entre um jogo e outro.


Ter você nu na cama
que deleite.
E como a gente brinca
e rola e ri
para depois sentar
nos lençóis descompostos
o corpo ainda suado
e continuando sempre
o mesmo jogo
falar a sério
de literatura.
Te beijo no cangote
e quieta penso:
um outro amante assim
Senhor
que trabalho terias
pra me arrumar
se me tomasses este.




Marina Colassanti

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O coração é quem sabe.


Ela me mostrou que podemos encontrar o bom em qualquer um, se você der uma chance a ele. O benefício da dúvida. Às vezes as pessoas te desapontam, às vezes te surpreendem, mas você nunca conhece elas tão bem. Até ouvir seu coração.

From One Tree Hill.

O que eu desejo.


Desejo que haja cumplicidade.
Que o entendimento aconteça no olhar.
Que as palavras sejam estilingues e não pedras.
Desejo que haja paciência e muita tolerância.
Que os defeitos de um, não machuquem o outro.
Que as qualidades de um, não ofusquem o outro.
Desejo que o tempo seja generoso.
Que os dias passem em paz.
Que as noites sejam de festa.
Desejo que a rotina não seja cruel.
Que a paixão seja sempre descoberta.
Que o abraço seja sempre conforto.
Desejo que as vontades caminhem de mãos dadas.
Que as diferenças e distâncias sirvam só para aproximar.
E que a fé no amor, seja salvação para todos os dias.

Briza Mulatinho.

Desabafo.

Eu sei que é uma besteira. O problema é que as besteiras juntas, formam um aperreio desses bem grandes. Não, nem é aperreio. É mais uma chateação. Sim, porque quase não fico mais triste. Mas, tenho sentido muita raiva. Muita vontade de fazer você sentir o mesminho pra entender como é ruim. Aí, fico pensando no que poderia fazer e não encontro nada que te aflija. Parece que você é imune a essas pequenices, mas só parece. Ninguém é, na verdade. Ninguém. Bem sei. Mas, enquanto não descubro como, fico ali com a mão gelada e o coração apertado. Não tenho dúvidas sobre o porquê. Sei que você acha que não é nada demais e vai morrer achando que não é nada demais, mas puxa vida. É tão impossível assim se colocar no lugar do outro? Fazer um esforcinho? Porque eu faço um esforço medonho pra não me importar, mas até agora não tenho conseguido muito. Pelo contrário, fico achando que é muita falta de consideração e falta de consideração das pessoas que mais importam nesse mundo parece infinitamente mais grave. Eu não vou te falar essas coisas, porque não adianta te falar essas coisas. Você só se chateia, eu só me chateio e não muda nada. Mas, precisava desabafar. Embora, isso também não mude nada.

Briza Mulatinho.