segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Quer casar comigo?


Você nunca pediu ninguém em casamento? Não sabe o que está perdendo... Pedir alguém em casamento é levantar a plaquinha “e nós fomos felizes para sempre” enquanto o coração acelera. É jurar que este momento vivido agora merece (e vai) durar pra sempre. É baixar a cabeça humilde ao mesmo tempo em que diz “você me merece”. Gente, tem coisa melhor do que dizer “você me merece” sem ser pedante?
E não estou pregando o machismo. Ninguém aqui falou que é o homem que pede a mulher em casamento. Tá achando antiquado? Ninguém falou que só namorados, namoradas e afins podem ser o alvo da pergunta amada. Pedir alguém em casamento é muito maior do que pedir fidelidade, programar as Havaianas customizadas com a cara do casal ou discutir o nome dos filhos. Não sei quem inventou esse negócio de que é preciso separar de um para casar com outro. E por que não casar em grupo para eternizar aquela cantoria conjunta à beira-mar? E quem falou que depois de pedir alguém em casamento vem todo aquele script: morar junto, ir ao cinema aos sábados e brigar no domingo durante a pizza? Esse roteiro já está muito batido! Vamos inovar, pessoal!
Vai lá, compra um anel de plástico, um sonho de valsa ou kitkat e pede suas melhor amiga em casamento. Vale chorar, ajoelhar, abrir um proseco e fazer festa de despedida de solteira! Quem tiver sorte pode pedir o chefe ou, por que não, a equipe inteira em casamento? Peça seu irmão, a sogra, sua blogueira preferida, um amigo novo por quem está apaixonado... Bora casar de corpo e alma com quem a gente merece. Bora jurar amor eterno e colocar foto com ímã de coração na geladeira. Não se acanhe! O primeiro pedido de casamento a gente nunca esquece. E quando chegar o seu dia (oxalá seja logo!) você vai tremer, vai derreter e entender o poder da pequena (quase brega) frase: quer casar comigo?

Lia Bock.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

mais do que qualquer um em minha vida.


Esse pode não ser o momento certo. Você pode não ser a pessoa certa. Mas há alguma coisa sobre nós que eu quero dizer. Porque há algo entre nós de qualquer maneira. Eu posso não ser a pessoa certa. Esse pode não ser o momento certo. Mas há algo sobre nós que eu tenho que fazer. Algum tipo de segredo que eu compartilharei com você. Eu falo com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu divido coisas com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu rio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu saio com você mais do que com qualquer um em minha vida. Eu preciso de você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu quero você mais do que qualquer coisa em minha vida. Eu sentiria sua falta mais do que de qualquer um em minha vida. Eu amo você mais do que qualquer um em minha vida.

(Tradução de Something about us, de Daft Punk, adaptada)

Eu, modo de usar:

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos, e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar para a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto. Olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos... Me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar... experimente me amar!

Martha Medeiros.

tudo que se pode querer.


O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação. Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina. Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo.

Cristiana Guerra.

O tamanho das pessoas.


Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena, quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e, até mesmo, o amor. É gigante, quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto. É grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. É pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas. Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: As pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho.

Shakespeare

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fica a dica

"Pessoas sábias falam sobre idéias, pessoas comuns falam sobre coisas, pessoas medíocres falam sobre pessoas".

E isso é só uma dica que eu lhe dou. Não pega bem você ai sentado discutindo as minhas decisões a respeito da minha vida. Você não me conhece, não sabe quem eu sou e não sabe o que eu vivi.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A FAVOR DE GENTE NÃO TRANSPARENTE


(ou melhor dizendo: que tal reaprendermos a arte de calar?)

Uma coisa que me incomoda hoje em dia é o excesso de sinceridade das pessoas. É um tal de jogar verdades na cara, de falar o que se pensa sem ser questionado... Deus me livre! E o mais agravante: as palavras são ditas sem que ninguém se dê ao trabalho de se colocar no lugar do outro. (Ei, eu precisava ouvir isso agora?). Não importa. A necessidade de DIZER calou o bom senso.

Penso sobre isso e me pergunto: onde está a gentileza e a boa educação? Para quê tanta falta de noção (consigo mesmo e com os outros)? Será que a tecnologia, com seus blogs, twitters e tudo mais, nos deixaram livres demais e esquecemos nossos filtros internos na vida real? Será que nos tornamos tão individualistas que perdemos o fio da meada? Isso me deixa confusa, confesso. Nossas pequenas necessidades não deveriam ser mais importantes que o outro. Morro de medo de me perder nisso e me questiono diariamente: será que estou me tornando uma pessoa para a qual eu escreveria esse texto?

É, turma. Ser gentil nos dias de hoje se tornou um exercício. Saber a hora certa de falar (ou de calar) também. Está a fim de dizer abobrinhas? Vai pra terapia, tem gente (boa) especializada nisso. Está a fim de descarregar suas frustrações? Vai pra uma aula de boxe, dá uma corrida, abraça uma árvore... Mas, por favor, não diga em nome da pobre-coitada da sinceridade, verdades que só irão piorar o seu dia (ou o do outro).

Será que antigamente era assim? Nossas avós e bisavós diziam tudo o que pensavam e ainda se orgulhavam disso? Pelo que eu me lembre, não. Mas posso estar enganada. As mulheres da minha família têm muito jogo de cintura e sempre souberam a hora certa de NÃO dizer. Porque – vamos combinar! - o que não dizemos, às vezes, é muito mais importante do que aquilo que foi dito. Será que ninguém se lembra daquelas conversas que, quando crianças, tínhamos com os adultos e eles nos ensinavam que, se não temos nada de bom a acrescentar, deveríamos ficar quietas? Escrevo isso e me lembro daquela famosa frase que sempre surge nos horóscopos e conselhos dos mais sábios: “a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro”.

Então tá. Se fosse fácil, não estaríamos vivendo essa crise de sinceridade mundial. Existe uma linha tênue aí. Nós adoramos falar e mostrar nossas opiniões. Expressar-se é uma das melhores coisas do mundo (e estou aqui – escrevendo - para provar). Mas quando isso prejudica (ou magoa) o outro, então é melhor pensar duas vezes, concordam? “A verdade salva!”, alguém, gritou! Sim, em alguns casos, salva. Mas, em outros, pode dar uma confusão danada. Ou gerar sentimentos que poderiam ficar fora do roteiro.

Quer exemplos simples pra ilustrar? Uma amiga está fazendo dieta a duras penas e ouviu, da professora de inglês, que parece estar mais gorda do que há um mês atrás. PRECISAVA? Mais: um rapaz saiu, após seu divórcio, com minha vizinha, e falou durante todo o primeiro encontro sobre como a ex-esposa era maluca e como atiravam objetos um no outro. SENSATO? Uma outra conhecida (que também acha que as pessoas cometem sincericídio nos primeiros encontros) saiu com um paquera incrível e disse, antes do garçom chegar, que faltou à depilação só pra não correr o risco de ceder aos encantos do moço e deixar que ele a levasse pra cama (coisa que nunca aconteceu). E a lista não para nunca: o namorado de uma prima contou que já teve um affair (antes do casal se conhecer) com uma amiga do trabalho. NECESSÁRIO? Não. Ainda mais que a mulher é o uó do penacho preto, ainda trabalha no local e minha prima agora fica se questionando sobre o mau-gosto do rapaz. (Além de fantasiar que a ex vai chegar de cinta-liga tamanho extra-extra-extra-large para trabalhar).

Pergunto a vocês: nesses casos, o que salva? A verdade ou o silêncio?

Aí vem algum boçal e me diz: a verdade dói, meu bem. Eu concordo. A verdade dói SIM e, por isso mesmo, deve ser dita com muito jeito. Entende? Eu não compreendo que moda é essa de dizer tudo o que se passa pela cabeça. Cadê o filtro, gente? Pra que tanta verdade? Ou melhor: por que essa necessidade de ser tão transparente? É alguma culpa católica? As pessoas, em nome da verdade, vão ser absolvidas por serem más ou egoístas? Por magoarem o outro? Eu vou falar uma coisa que eu guardo a sete-chaves: eu sempre desconfio de gente que se diz transparente. Dá pra confiar em alguém assim? Pra começar, quem se diz transparente, mente. Todo mundo tem seus sagrados. Seus segredos. Seus mistérios. E é bom que eles sejam preservados. Por isso, preserve-se. Preserve-os. E saiba a hora certa de se calar porque – convenhamos –a gente tem dois ouvidos e uma só boca não é à toa.

Fernanda Mello

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito.

Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.

Dalai Lama

domingo, 3 de outubro de 2010

Só a verdade liberta.

Diz o ditado que quem tem telhado de vidro não deve atirar pedra. Então tragam logo meu estilingue. Meu telhado é de cristal. Legítimo. Límpido. Transparente. Podem revirar meu passado, meu e-mail, agenda ou celular. Não vão encontrar nada. Não escondo nada. Não guardo mágoas, cartas, memórias. Não sei da vida de quem passou pela minha e não quis ficar. Não tenho rabo preso. Nem, tão pouco, relacionamentos mal resolvidos. Não tenho outras intenções que não as que eu digo.
Tenho cara de menina. Não tenho tamanho de gente grande. Mas não sou criança. Assumo meus erros. Assumo responsabilidades. Entendo erros. Aceito desculpa. Mas repito: não sou criança. Se errou, assuma. Pediu desculpa? Faça por merecer o perdão. Se existe algo pelo qual eu prezo são os sentimentos. Meus e dos outros. A palavra dita não volta atrás. Então, não diga coisas só pra ofender alguém que você ama. Não magoe ninguém de graça. Não magoe mesmo se achar que esse alguém merece.
Aprendi que uma coisa (mal) dita não tem nada que apague. A palavra proferida é um tiro na alma. Pode matar um sentimento. Pode acabar com o amor de alguém. Pode destruir uma amizade. Pode arruinar uma família. Uma palavra pode valer mais do que mil gestos. Pode machucar mais do que um tapa na cara. Pode separar mais do que a distância. Com palavras, eu magoei muita gente que eu amo. Eu perdi gente que eu amei. Mas foi só quando eu tomei uma surra de palavras na cara que eu aprendi. Quando um ex-namorado disse pra mim: “some da minha vida”, eu respondi: “vou sumir sim, e você nunca mais vai ter notícia minha”. E foi o que fiz. Cumpri o que disse. As palavras dele se tornaram uma profecia que se realizou. E, desde então, meço o que eu digo. A palavra dita não tem volta. E, muitas vezes, fazem um relacionamento não ter volta também.
Eu jogo limpo. Falo o que penso. Mas existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Existem mil maneiras de se dizer alguma coisa sem machucar alguém. Acredito que não é à toa que eu tenho uma certa habilidade com as palavras. É pra amenizar minha impulsividade. Imagino o estrago que seria uma pessoa sem freios na língua e com palavras ao léu. Se faço tudo errado, pelo menos, falo certo.
E, pra mim, o certo é ser livre. Sou livre quando sigo o que sinto. Sou livre quando amo de verdade. Sou livre quando respeito aquele que amo. Sou livre quando faço o que quero. Sou livre quando digo a verdade. Porque só a verdade liberta. Só a verdade me permite olhar nos olhos de alguém e dizer o que tem que ser dito. Só a verdade me permite dormir todas as noites em paz com a minha consciência. Só a verdade permite que minha vida seja um livro aberto. Só a verdade me faz agir com transparência. Só a verdade me deixa tão livre, tão eu. Só a verdade me deixa tão presa a meus princípios. E só com princípios tão claros posso dizer o que sou: transparente.

Brena Braz.

Nossas escolhas vão dizer pra onde iremos.


Eu não costumo ser uma pessoa de escolhas óbvias. Aliás eu acho que quem responde perguntas que começam com " O que você faria se " na verdade está cometendo um grande erro. A gente nunca sabe como vai agir em determinada situação antes dela acontecer. As vezes nós passamos por situações idênticas e temos posturas diferentes. Eu tenho muitas opiniões formadas sobre um monte de coisas. Eu sei a diferença certinha entre o certo e o errado. Eu só não disse que eu vou fazer "a coisa certa" sempre. Porque na verdade nem sempre a decisão mais socialmente aceitável é a que a gente quer, precisa ou vai nos trazer mais felicidade. Eu particularmente prefiro pecar pelo excesso de paixão nas minhas decisões do que agir com a razão do mundo e viver pensando como "seria se". Nem sempre dá certo, é verdade. Mas nada é infalível na vida. A vida a cada dia nos cobra atitudes, escolhas, e ninguém tem a obrigação de acertar sempre. O erro faz parte de toda essa lição de vida. Foda é quando os conspiradores resolvem te julgar por não agir como eles PENSAM que agiriam. Eu só queria que essas pessoas entendessem que não existe certo e errado, existe o que é melhor pra você. E se essa felicidade que eu sinto não for sinal de que eu tomei as decisões certas, eu não sei mais o que pode ser.

"Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as conseqüências"